Parlamento grego dá voto de confiança a Papandreou – 04.11.11
Primeiro-ministro do país defendeu governo de coalizão “mais amplo” para sair da crise.
O Parlamento grego deu um voto de confiança ao primeiro-ministro George Papandreou na última sexta-feira (4), em uma decisão crucial para a ratificação do acordo europeu de auxílio à Grécia e para a formação de um governo de coalizão.
Papandreou afirmou aos parlamentares que, “neste sábado (5), visitarei o presidente da República para chegar a um acordo sobre a composição do governo de coalizão e saber quem via dirigi-lo”.
O voto de confiança foi aprovado por 153 parlamentares e rejeitado por 145, revelou o presidente da sessão.
A votação foi solicitada na segunda-feira passada, por Papandreou, após anunciar um projeto de referendo sobre o plano de ajuda europeu, abandonado três dias depois em meio ao pânico dos mercados.
No debate parlamentar que antecedeu a votação, Papandreou defendeu a formação de um governo de coalizão “mais amplo” para garantir que se implemente o acordo europeu de ajuda à Grécia.
– O voto de confiança é um mandato para criar um acordo político mais amplo para apoiar o acordo europeu. É necessário um apoio mais amplo e honesto.
Para ele, o plano de ajuda europeu decidido em Bruxelas em 27 de outubro, que exige novos sacrifícios por parte dos gregos, “é determinante para o futuro do país” e “talvez a última chance” para evitar a quebra.
Papandreou disse ainda que “jamais vi a política como profissão” durante seu discurso em forma de testamento político, no qual lembrou que sempre trabalhou, “inclusive com custo pessoal, pelo interesse da democracia, da pátria e do cidadão”.
– Se não permanecer no poder, fico entre os que servem ao interesse nacional e por isto estou a favor de uma cooperação nacional.
A decisão do Parlamento grego foi a segunda boa notícia desta sexta-feira para a zona do euro, após o ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos, confirmar que a Grécia abandonou definitivamente seu projeto de convocar um referendo sobre o pacote de ajuda ao país.
Os parceiros da Europa viam no referendo uma ameaça à permanência da Grécia na zona do euro e à estabilidade da moeda comum.
– Não estou amarrado a nenhum assento […], o que me interessa é salvar a pátria.
Pela manhã, o ministro Venizelos informou ao comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, ao ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, e ao chefe do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, “a decisão da Grécia de não realizar um referendo”.
Venizelos também disse aos seus colegas da UE que o voto de confiança visava a “obter o maior consenso possível… com a formação de um governo neste sentido”.
Fonte: AFP
07/11/2011 09h48 – Atualizado em 07/11/2011 09h48
Papandreou é nova vítima política da crise da dívida europeia
BRUXELAS, Bélgica, 7 Nov 2011 (AFP) -O socialista Georges Papandreou, que no domingo anunciou sua renúncia iminente ao cargo de primeiro-ministro da Grécia, somou-se à longa lista de chefes de governo europeus obrigados a renunciar devido à crise da dívida que atinge a Europa.
Estas são as principais vítimas políticas da crise.
– IRLANDA: o primeiro-ministro Brian Cowen, do partido de centro-direita Fianna Fail, tornou-se a primeira vítima da crise depois de perder as eleições legislativas de fevereiro.
Cowen foi substituído por Enda Kenny, do partido Fine Gael, de centro-direita, à frente de uma coalizão que solicitou à União Europeia uma renegociação do plano de resgate de 2010.
– PORTUGAL: o primeiro-ministro socialista José Sócrates renunciou em março de 2011, quando o Parlamento rejeitou um quarto programa de austeridade.
A direita venceu as eleições legislativas realizadas em junho e o liberal Pedro Passos Coelho assumiu o cargo de primeiro-ministro.
– ESLOVÁQUIA: em março de 2012 serão realizadas eleições legislativas antecipadas consecutivas à queda do governo de centro-direita de Iveta Radicova, que em outubro não obteve a confiança do Parlamento na votação sobre a ampliação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).
O FEEF, rejeitado em uma primeira votação, foi aprovado em uma segunda instância com o apoio da oposição social-democrata, que obteve a organização de eleições antecipadas.
– GRÉCIA: o socialista Georges Papandreou comprometeu-se a renunciar depois de concluir um acordo com a oposição conservadora para formar um governo de unidade nacional e realizar eleições legislativas antecipadas no dia 19 de fevereiro de 2012.
No poder desde 2009, Papandreou, de 59 anos, lançou medidas de austeridade drásticas para solucionar a crise da dívida externa, o que provocou uma dura recessão econômica, sem conseguir convencer a opinião pública, nem tranquilizar seus credores.
– ESPANHA: o primeiro-ministro socialista, José Luis Rodríguez Zapatero, decidiu em julho passado adiantar para novembro de 2011 as eleições legislativas previstas para março de 2012 devido à impopularidade de seu governo pelas medidas de austeridade aplicadas desde 2010.
Nos outros países da Eurozona, os líderes políticos atingem recordes de impopularidade, como o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, ou a chanceler alemã, Angela Merkel.
Fonte: France Presse
07/11/2011 11h15 – Atualizado em 07/11/2011 11h15
Grécia especula sobre sucessão de Papandreou à frente do governo
Atenas, 7 nov (EFE).- Após o anúncio feito no domingo à noite de que o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, renunciará para dar lugar a um governo de união nacional, as especulações se voltam agora para seu possível sucessor, que dirigirá o Executivo até as eleições antecipadas de 19 de fevereiro.
O nome mais cotado é o do ex-presidente do Banco Nacional da Grécia e ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Lucas Papademos, um dos economistas mais renomados do país.
No entanto, a única informação oficial até o momento é que os dois partidos majoritários, o socialista Pasok e o conservador Nova Democracia (ND), estão de acordo para formar o novo Executivo.
Ao início de uma reunião realizada nesta segunda-feira entre o presidente da Grécia, Karolos Papoulias, e o líder da extrema direita LAOS, Giorgos Karatzaferis, o chefe de Estado disse que ‘a iniciativa para escolher o novo primeiro-ministro está sendo preparada’.
A imprensa grega informou que Papademos chegará nesta segunda-feira à Grécia procedente dos Estados Unidos e apontou que tudo indica que os dois partidos chegaram a um acordo sobre seu nome.
No entanto, fontes consultadas nesta segunda-feira pela Agência Efe em Atenas, que pediram anonimato, não se atreveram a confirmar que o pacto esteja fechado e disseram que ‘os dois partidos continuam negociando’
Além de Papademos, também é especulado o nome do atual vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, o socialista Evangelos Venizelos e, por parte do ND, Stavros Dimas, ex-comissário europeu de Meio Ambiente e atual vice-presidente do partido conservador, que poderiam ser os vice-primeiros-ministros do novo governo.
A imprensa também comenta que o ND estaria pedindo a substituição de alguns ministros do governo, como Interior, Ordem Pública, Justiça e Defesa, relacionados com a gestão das eleições.
Após a renúncia definitiva do atual Executivo, o novo governo precisará ser aprovado pelo presidente e receber um voto de confiança após um debate parlamentar. O respaldo, no entanto, já está garantido, visto que os partidos contam juntos com 238 cadeiras de um total de 300 na Câmara.
Segundo o escritório do primeiro-ministro, Papandreou conversou por telefone nesta segunda-feira com a chanceler alemã, Angela Merkel, para informá-la do programa do novo governo, que prevê cumprir todas as obrigações firmadas.
Em troca, a Grécia espera desbloquear o sexto lance do primeiro plano de resgate, de 8 bilhões de euros, assim como receber o segundo pacote de ajuda de 130 bilhões de euros até 2014, e avançar com o pagamento de 50% da dívida a credores privados.
Fonte: France Presse
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