A aula de hoje foi toda destinada para a discussão e debate do texto ‘Abertura: A nova história, seu passado e seu futuro’, de Peter Burke. Este texto aborda as mudanças ocorridas na historiografia a partir do surgimento da corrente chamada Nova História.
O texto faz uma comparação entre esta nova corrente (nova história) com o paradigma tradicional. Esse paradigma poderia ser chamado de a visão do senso comum da história (senso comum este não da sociedade leiga, mas sim dos pensadores e formadores de opinião), devendo ser assinalado que ele tem sido com muita frequência considerado a maneira de se fazer história, ao invés de ser percebido como um dentre várias abordagens possíveis do passado. O contraste entre a antiga e a nova história pode ser resumido em seis pontos:
1 – A nova História se preocupa-se com uma história total, onde tudo é histórico. Para esta nova história, toda atividade humana é portadora de uma história;
2 – A história tradicional pensa na história como narração dos grandes fatos, para a nova história não é suficiente saber isto, prega o conhecimento de toda estrutura que permeia as transformações;
3 – A história tradicional oferece uma visão de cima, a nova, de cima, de baixo e de outros ângulos possíveis;
4 – O paradigma tradicional baseia sua história em documentos oficiais, já a nova história defende que há muitas outras evidências (não somente aquelas obtidas nestes documentos) que podem contribuir para a história, como as fontes visuais e orais, por exemplo;
5 – O historiador tradicional explica por meio da vontade do indivíduo histórico, já a nova história se preocupa também com os movimentos coletivos;
6 – No paradigma tradicional a história é objetiva. Para a história nova existe um relativismo cultural que está presente nas atividades humanas e sobretudo, na própria escrita da história.
Frases proferidas: ‘por que as histórias de guerra são sempre contadas na visão do general vencedor e não na visão de um soldado do lado perdedor?’, ‘o papa Gregoriano VII foi quem bateu na mesa e reorganizou a igreja católica, fazendo com que toda ela obedecesse um poder central, aquele vindo do vaticano e sob o comando do papa’, ‘é impossível contar a história como de fato aconteceu, pois sempre há um viés daquele historiador que a está contando ou ainda a existência de influências outras, nitidamente da classe dominante’, ‘a história, como ciência social, não é objetiva’, ‘historiografia é a maneira de escrever a história e esta pode ser escrita de várias formas’, ‘tudo que passou a gente já sabe como ocorreu’, ‘a história é sempre contada na tentativa de justificar as situações atuais’, ‘o paradigma tradicional diz respeito somente a história política, os demais assuntos são marginais’, ‘a nova história preocupa-se com uma história total, onde tudo é histórico’, ‘tudo tem uma história, toda atividade humana é portadora de uma história’.
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